As cores são muito bem balanceadas. Filmado basicamente durante o dia e há poucas cenas em ambientes mais escuros. Destaque para o bairro da protagonista que se revela limpo e organizado.
Os olhos são o espelho da alma - nada mais clichê do que uma expressão como essa.
No entanto, o que deve ficar é a certeza de que não somos auto-suficientes, pois embora a artista pintasse magnificamente, ela não sabia como ganhar dinheiro com suas criações. Assim, seu marido, com uma visão comercial mais abrangente e táticas do marketing, conseguiu envolver jornais e pessoas em torno do seu ideal. Transformou uma briga de bar em um gancho capaz de tornar os quadros valiosos. Ora, a imprensa entendeu que deveria noticiar porque somente pinturas de extremo valor poderiam ser motivo de uma briga entre adultos.
Por outro lado, ninguém faz nada sozinho e é preciso colocar os talentos nos lugares certos.
Nem todos conseguem ser bons pintores, porém, podem ser excelentes negociantes.
Assim como Steve Jobs que levou os computadores montados por Wosniak a uma exposição e os colocou à venda, todos temos que perceber que embora tenhamos talento para produzir algo, talvez precisemos de outros tipos de profissionais para fazer com que o nosso produto tenha mais qualidade e seja vendável.
O filme fala de profissões de elite: pintores, jornalistas e críticos. Novamente é a materialização do sonho americano em que todos os talentos pessoais podem ser transformados em meios de vida.
Esse filme veio, coincidentemente, em um momento em que eu estava quase tendo a certeza de que qualquer um pode fazer um bom filme desde que reúna os profissionais necessários. Acabei compreendendo que é preciso unir diferentes forças para chegar a algo consistente e de valor.
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